STF decide: planos de saúde devem cobrir procedimentos fora do rol da ANS em situações específicas

STF decide: planos de saúde devem cobrir procedimentos fora do rol da ANS em situações específicas

Em uma decisão histórica no dia 18 de setembro de 2025, o Supremo Tribunal Federal (STF) determinou que os planos de saúde podem ser obrigados a cobrir procedimentos que não estão listados no rol da ANS, desde que atendam a critérios rigorosos.

Essa mudança se apoia na Lei 14.454/2022, que transformou o rol da ANS de taxativo para exemplificativo, mas ainda gerava dúvidas sobre até onde as operadoras deveriam se responsabilizar. Com a decisão do STF, agora existe maior clareza.

O que muda na prática?

Para que um procedimento fora do rol seja coberto, é necessário que:

  1. O tratamento seja prescrito por médico ou dentista habilitado;
  2. Não exista negativa expressa da ANS ou análise pendente para inclusão do procedimento;
  3. Não haja alternativa terapêutica adequada já prevista no rol;
  4. O procedimento tenha eficácia comprovada pela medicina baseada em evidências;
  5. O medicamento ou técnica tenha registro na Anvisa.

Ou seja, não é uma liberação irrestrita, mas sim um equilíbrio entre proteger o paciente e manter a sustentabilidade do setor.

Impactos da decisão

Positivos:
Pacientes com doenças raras ou situações em que não há opções no rol da ANS podem se beneficiar de uma maior proteção e cobertura.

Desafios:
A decisão pode gerar judicialização, já que caberá ao juiz avaliar se todos os critérios foram cumpridos em cada caso.

O Idec (Instituto de Defesa do Consumidor) alerta que a medida pode favorecer mais as operadoras do que os usuários, ao limitar as situações de cobertura. Por outro lado, entidades do setor destacam que os critérios oferecem segurança jurídica e previsibilidade.

O que isso significa para o setor de saúde suplementar

Essa decisão mostra que o setor passa por um momento decisivo, marcado por:

  • Mais exigências regulatórias;
  • Maior pressão sobre as operadoras;
  • Consumidores cada vez mais informados e atentos.

Profissionais da saúde, gestores e equipes precisam estar preparados para orientar pacientes e atuar de forma estratégica nesse novo cenário.