Recentemente, operadoras de saúde e seguradoras anunciaram aumentos de preços para seus planos de saúde PME (para empresas com menos de 30 funcionários), que serão implementados de maio de 2023 a abril de 2024. Esse aumento de preços foi observado em diversas empresas do setor, incluindo a Hapvida Assistência Médica, NotreDame Intermédica, Bradesco Saúde e SulAmérica.
Segundo analistas do Itaú BBA, a maioria das operadoras e seguradoras tem adotado uma abordagem focada na reconstrução de sua rentabilidade, após a deterioração da sinistralidade e geração de fluxo de caixa, com quase todos as principais operadoras – até mesmo as Unimeds – implementando aumentos de preços mais acentuados do que os do ano passado.
Apesar disso, os analistas avaliam que essa notícia é uma boa indicação para os reajustes dos contratos empresariais e, consequentemente, como um sinal inicial de uma concorrência mais racional. No entanto, esse aumento de preços pode reduzir a acessibilidade dos planos, o que pode levar a uma decadência da base de beneficiários do setor.
Os analistas do Bradesco BBI destacam que as PMEs representam uma parcela significativa da receita da SulAmérica e da Hapvida. Eles estimam que o aumento de preço consolidado considerando todos os segmentos de maio de 2023 a abril de 2024 será de 20% para a SulAmérica e cerca de 14% para a Hapvida, bem acima do IPCA de cerca de 6%.
No geral, os analistas avaliam que a visão é mista a positiva com os anúncios, pois os dados de PME confirmam que o aumento geral dos planos médicos deve ser maior em 2023 versus 2022, exceto para planos individuais. Isso deve levar à recuperação em MLRs e um provável impacto líquido positivo nas receitas dada a resiliência de volume dos planos de saúde.
Porém, a acessibilidade pode ser um fator limitante para o crescimento da receita no longo prazo, e a Qualicorp, que tem como foco a afinidade (planos de saúde coletivos por adesão), pode ser impactada negativamente pelo aumento expressivo de preços.
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